
Solidariedade Internacional é firmada em nova reunião virtual da Rede
Trabalhadores da América Latina unem forças em apoio à Venezuela
No dia 30 de agosto, a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas realizou um encontro virtual temático sobre a crise na Venezuela, com a exposição de dirigentes do Comitê Nacional de Conflitos dos Trabalhadores em Luta.
A atividade reuniu representantes sindicais e ativistas de diversos países da América Latina para discutir e mostrar solidariedade aos trabalhadores venezuelanos.
Durante a reunião, foram abordadas questões urgentes relacionadas à crise política, econômica e social que afeta profundamente o povo venezuelano. Sindicalistas e ativistas compartilharam suas perspectivas e propuseram ações conjuntas para apoiar aqueles que estão lutando por justiça e melhores condições de vida na Venezuela.
Situação econômica de miséria
Thony Navas, dirigente de Sirtrasalud, Distrito Capital, Caracas, abriu a atividade destacando a grave crise salarial enfrentada na Venezuela, listando a ao pior lugar da América Latina. Ele ressaltou que, há dois anos, os trabalhadores recebem apenas 4 dólares mensais como salário, um valor que não chega a cobrir sequer uma cesta básica. Além disso, ele descreveu a ausência de direitos sociais básicos, como previdência e aposentadoria, em um sistema político que se autodenomina socialista, mas que na realidade é sustentado por corrupção, neoliberalismo e autoritarismo. “Vivemos um desastre provocado por um governo que não é socialista, mas sim vorazmente capitalista e neoliberal. E é preciso denunciar a outros irmãos e povos, não somente na América Latina, mas no mundo todo, que aqui tentam criar um modelo de escravidao moderna, como ocorre em outros governos, e que nos faz sermos os mais miseráveis da América Latina”, pontuou.
Luta por direitos e liberdade
Junto de Thony, Guillermo Navas, advogado que defende os 6 companheiros detidos arbitrariamente pelo governo de Maduro por se organizarem e exigirem direitos, destacou a luta contínua dos trabalhadores na Venezuela, apesar da perseguição e repressão por parte do estado. “Com base numa lei que inventaram para encarcerar opositores, exigir direitos básicos como água potável ou salário constitui um delito”, relatou.
O advogado ainda mencionou que líderes sindicais e ativistas têm sido alvo de prisões injustas, sendo tratados como criminosos comuns, e enfatizou a importância de considerar a luta contra o governo como uma tarefa revolucionária e imediata para o povo venezuelano e da América Latina de modo geral.
Desafios e compromissos
A reunião abordou os desafios que a esquerda combativa e independente enfrenta ao desconstruir narrativas distorcidas, a fim de obter o apoio necessário aos venezuelanos que vivem em meio a uma crise profunda.
Fábio Bosco, dirigente da CSP-Conlutas e da Rede, tratou da exploração na região, afirmando que “os diferentes imperialismos seguem saqueando as riquezas da América Latina e todos os governos, sejam ditaduras ou os ditos progressistas, estão comprometidos com os interesses internacionais. Na Venezuela a situação é a mais dramática”, reforçou o dirigente.
Membros de diferentes países compartilharam informações sobre greves, perseguições e ações de resistência que ocorrem em seus respectivos territórios, e todos constataram a gravidade do caso, quando comparado aos contextos dos demais países latinoamericanos.
A reunião virtual da Rede destacou por fim a importância da solidariedade internacional entre trabalhadores da América Latina, determinando como compromisso a disseminação da verdade sobre a realidade cruel imposta pelo governo de Maduro, sobretudo entre os movimentos de esquerda na América Latina e no mundo, e a união para apoiar os esforços do povo venezuelano em busca de justiça, melhores condições de vida e respeito aos direitos humanos.
Encaminhamentos e ações conjuntas
Representantes de diferentes países latino-americanos expressaram apoio e solidariedade aos trabalhadores da Venezuela, e propuseram a criação de uma ação internacional conjunta, não apenas focada em questões sindicais, mas também em apoio aos presos políticos e na busca por um governo dos trabalhadores e um plano de desenvolvimento socialista para a Venezuela.
Atos em frente a embaixadas ao redor do mundo também serão planejadas e coordenadamente realizadas. Além disso, os participantes discutiram a realização de ações concretas, a partir de reuniões entre organizações, para amplificar as vozes dos oprimidos, denunciar abusos e buscar soluções coletivas para os desafios enfrentados na Venezuela.
Uma moção deverá ser feita e apresentada no Congresso Nacional da CSP-Conlutas, que será realizado entre os dias 7 e 10 de setembro. Iniciativa como esta também será encaminhada durante o 5º Encontro Internacional da Rede, que tem início no dia 10 e termina dia 12 de setembro,
Novos debates serão promovidos. Através dessa colaboração e ação conjunta, os trabalhadores presentes demonstraram que estão dispostos a enfrentar as dificuldades pelo fim da exploração, perseguição e violência dos governos contra a classe trabalhadora na Venezuela, na América Latina e no mundo.