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Setor aéro

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Solidaires (CM)

No dia 27.01.21 estiveram reunidos, em via telemática, delegações de trabalhadores do setor aéreo europeu de organizações sindicais pertencentes à Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta

Por Portugal, participaram os trabalhadores de handling da GroundForce (Lisboa), ativistas do SOS Handling; pela Espanha, os trabalhadores de handling da Ibéria (Madrid), ativistas da CGT; pela França, participaram operários da manutenção da AirFrance (Paris), ativistas do Sud Aérien; pela Itália, participou um trabalhador di handling do Airport Handling (Milão) e um operário da manutenção da Alitalia (Roma) do sindicado Cub Trasporti.

Na discussão foram abordadas tanto temáticas gerais a respeito da situação sanitária e socioeconómica nos diferentes países, quanto temáticas específicas do setor aéreo em relação a situação de pandemia, em que a Europa luta contra uma onda incessante e impetuosa de infecções e mortes em todo o continente.

Da reunião anterior que ocorreu em outubro de 2020, foi evidenciado como foram insuficientes as restrições colocadas nos atos dos vários governos para contrastar a difusão e o contagio da Covid-19. Os números deixam claro, são dezenas de milhares de novos contagiados e centenas de mortos que cada dia são registrados nos 4 países. França, Itália e Espanha estão entre os primeiros 5 países na Europa em números de mortos, enquanto Portugal, nos últimos dias, tem registrado o recorde de mortos levando em consideração o número de habitantes.

O debate também confirmou a situação dramática dos empregos nos 4 países, pois o que se vislumbra é a possibilidade de muitos trabalhadores ficarem até ao final da primavera em layoff em simultâneo com um grande número de despedimentos, enquanto milhares de trabalhadores precários continuam sem trabalho.

No que diz respeito ao setor aéreo, a situação operativa continua a ter um percentual de vôos abaixo do limite de 30% em relação a 2019, mas é ainda mais baixo o percentual dos passageiros, somente a atividade de carga é a menos afetada. Desta forma, têm-se confirmado as condições críticas de emprego e renda e emprego tanto para os trabalhadores precários deixados sem trabalho, quanto para muitos trabalhadores em layoff, que em alguns casos tiveram seus salários reduzidos pela metade e com atrasos no pagamento, como está acontecendo na Itália. Situação extremamente mais complicada para os trabalhadores das atividades sub-contatadas.

Na França, a AirFrance recebeu 7 mil milhões de euros da parte do governo para enfrentar a crise e está concentrando toda sua atividade em atividades de carga, ao mesmo tempo que aprensentou um plano de demissões voluntárias de 7000 trabalhadores. Continua a tensão entre AF e KLM quer pelo dinheiro a injectar por cada pais nas respectivas companhias quer pelos acordos feito com trabalhadores.

Em Portugal, a Tap está lutando com uma reestruturação não diretamente coligada à pandemia, mas proveniente de uma gestão passada com défices e a caminho da falência. A Comunidade Européia autorizou 1200 milhoes de euros de ajuda estatal, mas impôs uma redução de postos de trabalhos, de aviões e rotas. Os companheiros denunciaram, além disso, um ataque aos salários e direitos dos trabalhadores através da suspensão das contratações colectivas.

No estado espanhol, continua a preocuação pela situação ligada à Brexit, enquanto a Ibéria fazendo parte do grupo IAG, com maioria acionista da British Airways, podem perder alguns direitos de vôos na União Européia. Nas últimas semanas está ocorrendo o cumprimento da aquisição de Air Europa por parte da Ibéria, que deveria terminar com o consenso da parte da Comunidade Européia. Os companheiros da CGT continuam sem apoio na luta contra a precariedade e pela tutela da saúde dos trabalhadores, mas também pelo respeito dos direitos básicos e dos salários previstos nos contratos coletivos, hoje colocados em discussão pela Ibéria.

Na Itália, foi constituida, com um investimento público de 3 mil milhões de euros, a nova Alitália (Italia Transporte Aéreo), que tem apresentado um plano de reestruturação que prevê uma holding com três empresas (vôo, manutenção e handling), uma redução de 50% da frota (52 aviões) e de trabalhadores (5000 demissões): um plano que responde aos pedidos da Lufthansa, que faz eco à Comunidade Européia. Seguindo os passos da luta de 2017, está partindo uma forte mobilização que levou no dia 25 de janeiro 5 organizações sindicais e centenas de trabalhadores para a frente do Parlamento, reivindicando uma verdadeira companhia única, pública e sem demissões. Permanece a crítica a situação salarial dos trabalhadores aeroportuários, pela negação da antecipação do pagamento da “cassa integrazione” por parte das empresas.

Ao final da reunião, foi proposto organizar-se um novo vídeo de apoio aos trabalhadores do setor aéreo e assumiu-se o compromisso, para os próximos dias, de escrever um documento setorial para apresentar no IV Encontro da Rede Sindical de solidariedade e luta, previsto para acontecer na França em setembro.

#todosabordo
CGT – Iberia (Espanha)
Cub Trasporti/AirCrewCommittee (Italia)
SOS Handlig (Portugal)
Sud Aérien (França)
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