Os trabalhadores da GM no Brasil estão em greve em protesto contra demissões em massa
10.500 trabalhadores de três fábricas da General Motors no Brasil votaram por uma greve a partir de segunda-feira (23) em protesto contra as demissões realizadas pela montadora no país.
A greve por "tempo indeterminado" ocorre depois que a GM enviou cartas de demissão por e-mail e telegrama aos trabalhadores em suas casas no último sábado. As demissões foram feitas sem negociação prévia com os sindicatos.
As demissões em massa da GM ocorreram em três fábricas no estado de São Paulo. Além de São José dos Campos, foram demitidos trabalhadores das cidades de São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. A empresa ainda não informou ao sindicato quantos funcionários foram demitidos.
A greve aprovada pelos trabalhadores só permitirá que as fábricas retomem a produção após o cancelamento das demissões e a garantia de estabilidade no emprego para todos. Na fábrica de São José dos Campos, a aprovação foi maciça, com uma votação realizada durante uma assembleia unificada dos trabalhadores, que incluiu os três turnos.
Em junho, a General Motors assinou um "Temporary Layoff Agreement" (suspensão temporária do contrato de trabalho) com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas. O documento assinado garantiu empregos protegidos para todos até maio de 2024. A demissão do último sábado afetou tanto os trabalhadores que faziam parte do "Acordo Temporário de Demissão" quanto os que estavam na fábrica.
Pressionando o governo
Os sindicatos exigem ação imediata dos governos federal, estadual e municipal para reverter a demissão em massa. Exigimos que o presidente Lula edite uma medida provisória que preveja a estabilidade no emprego, bem como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
Parte dos salários dos 1.200 trabalhadores que estão no "Acordo de Demissão Temporária" é paga com recursos públicos pelo governo federal.
Além de descumprir o acordo, a GM descumpriu a legislação que exige que as empresas abram negociações com o sindicato antes de demissões em massa.
Com a greve, a fábrica de São José dos Campos deixou de produzir cerca de 150 carros por dia. A GM emprega cerca de 4.000 pessoas em São José dos Campos, onde fabrica motores, caixas de câmbio, o utilitário esportivo Trailblazer e a S-10. A fábrica, localizada na cidade de São Caetano do Sul, produz os veículos Spin, Tracker e Montana e emprega 6.200 funcionários. A fábrica de Mogi das Cruzes produz peças estampadas e emprega 500 trabalhadores do setor automotivo.
Os trabalhadores da GM no estado de São Paulo também apoiam uns aos outros e aos trabalhadores da UAW nos Estados Unidos, que estão em greve há mais de um mês por contratos com aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
"A GM agiu de forma ilegal, desrespeitando o acordo, a legislação trabalhista brasileira e os trabalhadores. Não produziremos um único parafuso até que as demissões sejam canceladas", afirma o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano.
Por favor, envie um e-mail com uma moção de solidariedade para os e-mails e o texto do modelo de moção abaixo:
Santiago Chamorro
CEO Brasil
santiago.chamorro@gm.com
presidencia@gm.com
Raquel Laranjeira
Raquel.laranjeira@gm.com
Conformidade
taxcompliance@gm.com
Denys Meireles Gião
Diretor jurídico
denys.giao@gm.com
Enviar cópia para secretaria@sindmetalsjc.org.br.
Moção em solidariedade à greve dos trabalhadores das montadoras da GM no Brasil!
(Nome da organização) repudia o ato da grande empresa General Motors, que no sábado (21) demitiu em massa trabalhadores por e-mail e telegrama.
A demissão em massa foi covarde e arbitrária, pois ocorreu sem negociação prévia com os sindicatos, contrariando a legislação trabalhista brasileira.
Além disso, em duas fábricas, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu o "Temporary Layoff Agreement" (suspensão temporária do contrato de trabalho) assinado com os sindicatos, que garantia empregos protegidos para todos. Em São Caetano, também, a empresa fez os cortes de forma unilateral, sem negociação prévia.
Todos os cortes são injustificáveis. A montadora alega queda nas vendas, mas, ao contrário, registrou um aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Também registrou um lucro líquido de 2,57 bilhões de dólares (R$ 12,94 bilhões) no segundo trimestre deste ano, um aumento de 51,6% na comparação anual.
A partir de domingo (22), em repúdio à demissão coletiva, 10.500 trabalhadores da GM em três fábricas - São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes - aprovaram greve por tempo indeterminado. Os três sindicatos estão buscando negociações com a GM para reverter as demissões e garantir os empregos.
- Repudiamos a ação da GM, nos solidarizamos com os trabalhadores em greve e exigimos que a GM cancele todas as demissões!
- Solidariedade internacional com os trabalhadores da GM do Brasil em greve!
- Pela reintegração imediata dos trabalhadores!