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Trabalhadores das três maiores montadoras de automóveis entram em greve nos EUA
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Trabalhadores das três maiores montadoras de automóveis entram em greve nos EUA

Cerca de 13 mil trabalhadores seguem de braços cruzados em momento histórico para o sindicalismo no país

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Desde sexta-feira (15) a mobilização organizada pelo UAW (United Auto Workers), funcionários da GM, Ford e Stellantis tem reforçado a recente onda de greves, que já é a maior em 50 anos.

Unificada em defesa de direitos e melhores salários, esta é a primeira vez, em 88 anos de história da entidade, que representa operários de montadoras, que uma greve atinge simultaneamente as três principais fabricantes de automóveis do país. Juntas, elas fabricam mais da metade de todos os 15 milhões de veículos vendidos anualmente. 

Hoje, são quase 13 mil trabalhadores de braços cruzados e que deverão interromper a fabricação de 24 mil carros por semana. No entanto, o plano é que a mobilização cresça nos próximos dias e avance sobre os 150 mil trabalhadores de montadoras, tornando-se uma greve geral no setor.

Os trabalhadores de montadoras exigem 46% de reajuste e que os aumentos sejam correspondentes aos dos diretores executivos das empresas. Até o momento, a Ford e a GM ofereceram um aumento de 20% durante a vigência do contrato, e a Stellantis ofereceu 17,5%.

Há também a reivindicação do retorno dos planos tradicionais de pagamento de pensões e cuidados de saúde aos aposentados para todos os membros do UAW. 

A onda de greve deve manter força e estimular novas mobilizações. Ainda em 2022 foi registrado um aumento de 50% em trabalhadores que se envolveram em greves em comparação ao ano de 2021.

Com o rescaldo da pandemia e a consequente degradação da qualidade de vida e das condições de trabalho, a desigualdade aumentou e, com ela, a fúria de classe também. 

O lucro obtido nos primeiros meses do ano pelas três grandes montadoras em greve foi de 21 bilhões de dólares, o que acaba com qualquer justificativa de falta de recursos para dar conta dos direitos exigidos.

A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas manifesta apoio aos grevistas, que neste momento estão em negociação coletiva. 

A Rede também propõe que, se possível, as organizações realizem atos de apoio desde os seus locais, em manifestação internacionalista de solidariedade.

É preciso pôr fim às condições salariais rebaixadas, nesta luta por dignidade e contra a retirada de direitos e conquistas históricas.

 

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