laboursolidarity.org
Brasil: Não ao despedimento de 2.500 trabalhadores da Embraer!

Brasil: Não ao despedimento de 2.500 trabalhadores da Embraer!

  • Facebook
  • Twitter

Solidaires (CM)

A Embraer, uma empresa brasileira de produtos aeroespaciais, anunciou o despedimento de 2.500 trabalhadores na quinta-feira passada, 3 de Setembro. Os despedimentos foram efectuados sem qualquer negociação com o Sindicato dos Siderúrgicos de São José dos Campos, em violação de um contrato de manutenção de emprego assinado a 9 de Abril (cláusula 8.1), precisamente num período de calamidade pública provocada pela Covid-19.

O sindicato questionou a natureza voluntária do Plano de Partida Voluntária, pois muitos trabalhadores queixaram-se de que os gestores da Embraer pressionaram aqueles que estavam em licença remunerada a aderir a este "plano de partida voluntária". O procurador do Ministério Público do Trabalho está a investigar estas queixas.

A Embraer atribui as demissões à pandemia, mas estudos mostram que as dificuldades financeiras foram causadas por má gestão por parte do conselho de administração durante as negociações com a Boeing. As perdas geradas pelo processo de venda atingiram R$1,2 mil milhões. Os gerados pela pandemia ascenderam a R$ 83,7 milhões.

Nos últimos dois anos, a direcção da Embraer embarcou irresponsavelmente numa transacção comercial com a Boeing - que acabou por quebrar o acordo em Abril deste ano. Se a venda fosse efectuada, beneficiaria principalmente a empresa americana e os seus insaciáveis accionistas, em detrimento dos interesses e da soberania do Brasil. Tendo o projecto falhado, a gerência e os accionistas estão agora a transferir o fardo da crise assim criada para os trabalhadores.

O sindicato actuará no sentido de cancelar os despedimentos. É inaceitável despedir trabalhadores no meio de uma pandemia. Embora mantendo os quadros superiores a salários milionários, a direcção está a despedir 2.500 pais e mães que dependem dos seus empregos para sobreviver.

O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos e da região, filiado na CSP-Conlutas, realizou reuniões na sexta-feira e sábado, durante as quais os trabalhadores da Embraer aprovaram a proposta do sindicato contra os despedimentos e aprovaram a greve.

As organizações membros da Rede Sindical Internacional Solidariedade e Luta denunciam os despedimentos. Eles estão na lógica cruel de defender o lucro na sociedade capitalista. Exigimos a reinstauração imediata dos 2500 trabalhadores. Mais do que nunca, a campanha do Sindicato dos Siderúrgicos de São José dos Campos para a renacionalização da Embraer é necessária para salvar postos de trabalho. É necessário voltar a colocar a Embraer nas mãos do povo brasileiro, poupando milhares de empregos directos e indirectos no sector aeronáutico, bem como a capacidade tecnológica e a soberania do país.
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Instagram