Painel sobre Ucrânia apresentou relatos fortes e comoventes sobre a resistência contra invasão russa
Representantes da IP, central sindical polonesa, e de resistentes ucranianos demonstraram importância da solidariedade concreta internacional
No painel realizado durante o balanço das resoluções do 4º Encontro Internacional da Rede, representantes da Ucrânia compartilharam relatos impactantes sobre a guerra em seu país.
Christian Mahieux, dirigente na central sindical Solidaires da França e um dos fundadores da Rede, destacou a solidariedade ativa da RSISL à resistência sindical e popular ucraniana, que incluiu a arrecadação de fundos e o envio de três comboios sindicais à Ucrânia com ajuda humanitária.
Pawel Nowozycki, representante da Polônia, apresentou um balanço positivo dos comboios e enfatizou a importância de manter o apoio aos trabalhadores ucranianos. Além da ajuda, os comboios visam fortalecer as lutas locais e informar a classe trabalhadora internacional sobre a situação.
Os comboios ocorreram em abril de 2022, outubro de 2022 e junho de 2023, entregando mais de três toneladas de ajuda humanitária, incluindo alimentos e medicamentos. “É importante dizer que é uma ajuda especificamente operária e dirigida por operários para operários”, afirmou Nowozycki.
Após o balanço, os participantes ouviram relatos comoventes de dois trabalhadores ucranianos: uma enfermeira, Oksana Slobodyana, e um mineiro, Yuri Petrovich.
Oksana descreveu o impacto devastador da guerra em seu país, com cenas de destruição, hospitais sobrecarregados e a população buscando refúgio em sótãos improvisados. “Dois dias depois [do início do ataque, em 24 de fevereiro de 2022] fui ao trabalho, vocês sabem que trabalho no hospital, e ali tive que tomar uma intravenosa para superar a crise nervosa que tive ao ver uma grande quantidade de feridos e mutilados no hospital”, disse. Ela ressaltou a solidariedade internacional como fonte de esperança.
Yuri complementou, explicando como os comboios foram cruciais para fornecer ajuda essencial, incluindo roupas, geradores e curativos. “Nesse momento, os geradores dos comboios serviram não somente para o front, mas para hospitais das cidades. Isso é algo muito importante que salvou vidas”, falou Yuri.
Depois do ataque que culminou no rompimento de uma das maiores barragens do país, Nova Kakhovka, operários que batalham contra a invasão russa solicitam dinheiro para comprar máquinas perfuradoras para construção de poços. “A água distribuída hoje é impossível de ser utilizada para consumo, não só não é possível de tomar, como não é possível utilizar para outras coisas, mesmo sendo fervida. Tem muitos produtos químicos e impurezas”, ressaltou Yuri.
Ouvindo os relatos comoventes dos trabalhadores ucranianos, fica claro que a solidariedade internacional desempenha um papel crucial na ajuda a quem enfrenta os horrores da guerra. Os comboios sindicais, com sua ajuda de apoio direto e concreto à classe operária ucraniana, têm sido uma fonte de esperança e auxílio vital para o povo que enfrenta diariamente a invasão violenta russa, em defesa de suas terras e dignidade.