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MEXICO | Os professores mexicanos lutam contra a reforma educativa sob balas e detenções arbitrárias

MEXICO | Os professores mexicanos lutam contra a reforma educativa sob balas e detenções arbitrárias

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CSP-Conlutas

Professoras e professores de Zimatlán, na região de Oaxaca, se mobilizam na Cidade do México para protestar contra o programa de reforma educativa do governo federal. Os professores constroem a Seção 22, o sindicato de trabalhadores da educação de Oaxaca. A manifestação foi organizada pela CNTE (Coordenação de Trabalhadores da Educação), e reuniu professores de todo o país.


No domingo, 19 de junho, milhares de manifestantes bloquearam uma das principais estradas no estado mexicano de Oaxaca (uma forma comum de protesto no sul) e policiais fortemente armados abriram fogo contra professores, estudantes, pais e apoiadores. Nove pessoas morreram de ferimentos de bala e dezenas ficaram feridos.

Desde então, Nochixtlán, local do massacre, tornou-se o símbolo da resistência dos professores mexicanos contra reforma da educação. Nos EUA, os trabalhadores da educação enviaram rapidamente apoio aos camaradas mexicanos na luta, condenando os ataques contra os professorese exigindo a libertação de sindicalistas presos.

Estes eventos ocorreram uma semana antes de quando Ruben Nunez, presidente da Seção 22 de Oaxaca, do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) e líder nacional da CNTE, ser preso na Cidade do México, ao sair de uma reunião. Em seguida, o colocaram em um avião e o trancaram em uma prisão federal de segurança máxima em Hermosillo (Sonora), a milhares de quilômetros de distância, ao norte.

Horas antes, fizeram o mesmo com Francisco Villalobos, o segundo maior líder sindical. Aciel Sibaja, secretário financeiro da Seção 22, também foi encarcerado e segue detido na mesma prisão desde o dia 14 de abril.

Os líderes sindicais foram acusados ??de receberem contribuições financeiras voluntárias de professores de todo o estado de Oaxaca. Durante o ano passado, a Seção 22 solicitou contribuições porque as autoridades federais não somente congelaram as contas bancárias do sindicato como também as contas pessoais de seus dirigentes. O governo considera os encargos recolhidos desta forma de "rendimentos ilegais."

Em 19 de maio, o secretário de Educação Pública Aurelio Nuño Mayer anunciou que demitiria 4.100 professores nos estados de Oaxaca, Guerrero, Chiapas e Michoacán.

Uma das disposições mais controversas da reforma da educação é a exigência de testes que avaliem as habilidades dos professores. Aqueles que não obtêm pontuação suficiente são demitidos. Milhares de professores recusaram-se a realizar esses exames.

Desde a Revolução Mexicana (1910-1920), as escolas para normalistas foram os meios pelos quais as crianças de famílias pobres em áreas rurais e de famílias de professores se tornaram educadores formados.

Dois anos atrás, a escola normal Ayotzinapa (no estado de Guerrero) foi alvo de um ataque que causou o desaparecimento e possível assassinato de 43 alunos, que mobilizou toda a sociedade mexicana.

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